quinta-feira, 30 de abril de 2009

Por que Escrevo?


Por que escrevo?
Porque escrever me faz sonhar.
Porque escrever me faz voar, alçar voos
e imaginar o céu.
Porque escrever me faz sentir bem,
me faz sentir eu mesma
e sentir é mais que ver ou pensar
Porque escrever
me faz penetrar em mundos que não conheço
e quisera fossem meus.
Então, vou indo,
tentando,
escrevendo...
.
Eis aqui onde escrevo:
Meus Blogs:
.

Se Queres...

Se queres que eu pense,
Penso.
Mas, minh1alma não pensa,
minh'alma sente.
.
Sente e, por vezes, não entende
O que pensam e sentem
Outras almas, aqui.
.
Se queres que eu pense,
Penso.
Mas, não queiras que eu sinta
O que penso sobre os fatos.
.
Fatos que rolam, sentidos,
Explodem
E ocorrem, por aqui.
.
Minh'alma não nasceu
para pensar.
Minh'alma nasceu
para sentir e amar.
.
Mas... se queres que eu pense,
penso.
Reflito, absorvo-me,
Em todos os pensamentos
Que me permitem o sentir
e o sonhar!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tenho Um Deus


Quando estou triste, penso no meu Deus.
Tenho consciência da insignificância da minha tristeza, diante de tantas dores em que o mundo se mergulha. E me envergonho, diante do meu Deus.
Mas, eu tenho um Deus, sabe? Um Deus que ama a flecha que voa tanto quanto ama o arco que estável fica.
Tenho um Deus grandioso. A Ele dão muitos nomes. Eu O chamo de meu Deus.
O que para nós é nada, para Ele é tudo: o que para nós é tudo, para Ele é nada.
Fico, às vezes, entre o receio e o constrangimento. Temo, de repente, ser o nada.
Preciso, então, em vez de olhar para o solo e enxergar os espinhos, olhar para o Sol e compará-lo à formosura do meu Deus.
O Deus que tenho, porém, é bem maior e mais brilhante que o Sol.
Tenho um Deus, sabe? Um Deus que é Amor. E que não criou estátua, mas imagem.Sou imagem do meu Deus, todos somos. Temos que ir, aos poucos, nos assemelhando a Ele que é Amor. É este o Seu plano: transformar-nos em Amor.
Minhas lágrimas sempre O descobre, meu sorriso sempre O encontra, minha certeza sempre O sente e o meu ser, sempre, por Ele anseia. como o sedento anseia por água, em pleno deserto. O meu coração sempre O chama e o meu amor O ama.
Ele é uma canção cantada pelo silêncio e que o vento orquestra, as árvores se levantam, os galhos se extendem e as folhas aplaudem.
É uma canção cantada por pardais e por pássaros todos do mundo. Uma canção que a Natureza ouve e acompanha. Uma canção que só quem ama sabe ouvir e cantar. Uma canção, intensamente, ouvida pela criança que, por isso, vive a sorrir.E, quando o barulho do mundo a impede, ela chora.
Tenho um Deus que é canção para a minha alma. Uma canção plantada no mais recôndito do meu coração.
É este o meu Deus: Um canto eterno de Amor que se espalha pela madrugada e liberta os tristes e infelizes, quando a tristeza faz pausa e a incredulidade hesita diante da beleza e os deixa ouvir.
Tenho um Deus que é canção por Ele mesmo criada. canto e canção, seu próprio compositor.
Criador de tudo. É este o Deus que eu tenho. Sem acusação e sem castigo. Um Deus de cantos e poesia.
Um Deus que é, só, somente só, Amor.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

EU

Sou sol e chuva
Brisa e tempestade.
Sou vento leve que carrega marés
E força incontida que as arremessa, na praia.
Sou sonho e verdade,
Alegria e tristeza.
Sou Paz. Sou Amor.
Sou busca infinda,
porque eterna aprendiz eu sou.

domingo, 26 de abril de 2009

Lamento

Em nossos silêncios,
Cantam sonhos escondidos,
Empurrando a nossa existência,
cansada de uma realidade
Que já não nos apraz.
.
Correntes do mundo,
Desatem-se!
Deem-nos a liberdade de ser!
.
Deem-nos a liberdade
De ver abelhas cheirando as flores,
As crianças a brincar e sorrir,
Homens e mulheres fraternos,
A juventude futuro ter.
.
Deixem voar a alada alegria
Que é a vida.
Soltem a Verdade, o Amor e a Paz
E deixem-nos apenas ser.
.
Desprendem-se do poder invisível
Que quer nos aprisionar
E deixem as nossas vozes
Explodirem e serem ouvidas.
.
Libertem o meu povo,
Abrem as gaiolas das palavras e do saber
Para que aprendam a abrir as asas
E possam voar.

sábado, 25 de abril de 2009

Grito Calado

Há um grito sufocado, por aí
No homem que passa cabisbaixo pela vida,
Na criança que não consegue nascer,
Na criança que não consegue ter...
.
Há um grito calado,
Na mulher que chora baixinho,
envergonhada e maltratada,
pela vida e pelo seu "amor".
.
Há um grito calado,
Em cada porta de hospital,
Em cada mesa de bar,
Em cada esquina escura.
.
A noite se enche de gritos não ouvidos,
Em cada coração sofrido,
por esse mundo perdidos...
.
Há um grito calado, sufocado,
Em cada ser drogado,
Em cada bêbado enxotado,
Cada mendigo ignorado,
Cada mãe prostrada... Há sim.
.
Há muitos gritos calados,
Neste mundão de Deus.

Toca o Meu Coração

O que toca o meu coração
É o som de todas as vozes do mundo,
gritando um grito de guerra,
em desejo de paz.
.
O que toca o meu coração
É a voz do poeta triste e só,
explodindo, entre versos rimados,
a sua dor.
.
O que toca o meu coração
É ver crianças, pelas ruas, mendigando,
solitárias,
feitas pedintes,
tristes e sós..
.
O que toca o meu coração
É ver abundância e miséria, lado a lado.
Uma, abundante de indiferença e desamor;
outra, pobre de tudo,
mergulhada, na dor.
.
Toca o meu coração, ver a Natureza agonizando.
Toca e fere o meu coração
todo ato de desamor.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Ser Poeta


Ser Poeta é ser um eterno navegante, no mar da imaginação,
nos oceanos da ilusão,
nas alegrias e na dor do seu cantar.

Detenha, Senhor

Detenha, Senhor,
Com a Tua força e o teu Poder
os invasores,
os desmatadores,
os corruptores,
os sequestradores,
Todos, que de uma forma ou de outra,
Zombam de Ti,
destruindo a Tua criação!
.
Detenha, Senhor,
os poluidores,
os supostos transformadores,
os transladadores,
Os que ignoram o valor e o significado
das obras das Tuas mãos.
.
Detenha, Senhor,
os que só pensam no poder
E, pensando,
acabam por destruir e destruir-se.
.
Detenha, Senhor,
Os ignorantes
Que, ignorando-Te,
destroem a si mesmos.
.
Detenha, Senhor,
os fazedores de guerra,
os insensíveis,
impiedosos da terra.
Detenha, todos eles,
Esses que zombam de Ti!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ser Baiano

Ser baiano, seu moço
é ser brisa espalhada, no ar,
Quando tudo nos quer sufocar.
É ser festa ante as estranhas peripécias
Que nos quer fazer chorar.
Ser baiano, seu moço,
É ser soteropolitano, ser sertanejo, ser praiano,
É ser gente de todo lugar.
Ser baiano, seu moço,
é saber todos os cantos cantar.
É contemplar a aurora, pedir para não ir embora
E ela, obediente, ficar.
É ser cúmplice da alegria, vestir-se de fantasia,
Para a tristeza afugentar.
Ser baiano é ser dono de todo lugar.
É saber sair e saber chegar. E, chegando, ficar.
Ser baiano é ser artífice de palavras, cantadas em emoções,
Lutador e construtor de muitas e muitas nações.
É amar a terra amada e trazê-la circulando, nas veias
Porque baiano é filho do sol, do céu, do mar e do amar.
Dono de ilusões, fazedor de emoções onde quer que ele chegar.

O Vento

Amor, há um vento, lá fora
Gritando, bradando, no frio,
Dizendo-me que não vais voltar.
.
Que sabe o vento sobre
o meu cálido coração
Quie ainda guarda em si,
Tanta paixão, tanto amor para te dar?
.
Amor, manda a brisa lenta
Calar esse vento intranquilo
Que quer me fazer chorar.
.
Envie a este vento
O som de cantos serenos,
Guardados, no teu pensamento
Dizendo-o para se calar.
.
Porque o meu coração está a te escutar.
Só esse vento não escuta
Teu coração, também, a me falar.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tempo

Há um tempo de saudade e há um tempo de espera. Uma espera longa, que atravessa desertos, conquista solidões e flutua por sobre ondas lentas, vagarosas, do nada ser, esperando ter.
E há um tempo que se divide entre a paz conciliadora e a inquietação aflita.
Uma vontade não sei de que, vinda não se sabe porque, à espera de um nada que se propõe a concretizar-se e de um tudo que parece não mais chegar.
Um tempo de luta. Luta entre a esperança e o não será. Entre o desejo incontido, a busca sedenta por algo que se quer buscar. Algo sem nome, não identificado que não se sabe onde está.
Há um tempo de desejo e de procura que não se satisfaz.
Um tempo de querer infindável que com nada se compraz, a não ser com o desejo de querer mais.
Mas... há um tempo para indagar o que e para que buscar.
E há um novo tempo intranquilo, tempo sem respostas.
Passos sem fim...
Tempo de vazio imenso.
Tempo de peleja e caminhar,
Tempo de o tudo e do nada,
Tempo de incansável desejo de desejar.
Tempo, tempo, tempo...
Que é tempo de tudo.
Indefinível tempo de ser e de viver
Mas também, ainda, tempo de sonhar.

Reflexão


Diante da Presença,
faz-se o toque,
Diante do toque,
faz-se a aliança,
Diante da aliança,
um compromisso
Diante de um compromisso,
faz-se o cumprimento
E com o cumprimento,
Ganha-se um Reino.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Bem vindos

A todos vocês que me visitam, Amor e Paz.
Que os seus corações deslizem sobre cada verso, aqui construído somente para com vocês dialogar.
Que os instantes, aqui percorridos, se transformem em pura
vontade de ficar.
Que o ficar permaneça e os alcancem, depois daqui, em todos os lugares onde chegarem.
Que a voz do vento, num só sussurro, gritem em seus corações o meu desejo de, a cada um, Amor levar.
E que retornem, sempre, ao meu cantar, cantando também os seus cantos, para que possamos, em sintonia, ao mundo gritar:
Que o Amor existe, que a Poesia vive e que estaremos sempre lutando para preservá-la.
Abraços poéticos a todos!
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Estou sempre caminhando, por muitos lugares:

www.recantodasletras.uol.com/autores/licesoares

www.apoloacademiadeletras.com.br/otelicesoares

http://www.dominiocultural.com.br/

www.sitedepoesias.com.br/otelicesoares

http://lsoares-poesia.blogspot.com/

www.poemaaflordapele.com/otelicesoares

www.hi5/friends/otelicesoares

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"...Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.

Mas porque a amo e amo-a por isso,

Porque quem ama, nunca sabe o que ama

Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência

E a única inocência não pensar..."

Alberto Caeiro


Vagar

Por entre sonhos,
Outra vez, vagar.
Buscar estrelas cintilantes,
Caminhos inatingíveis
Até perder-se no mar.
.
Perpetuar a caminhada,
Querer a palma da mão
Tocar, sentir, buscar
E prosseguir,
Outra vez, caminhar.
.
Busca incontida,
Espera enternecida,
Tentativa repetida
Vagar...
.
E o vazio preenchido
De indagações:
Onde está?
E a mente interrogando, buscando:
O que será?
.
É por entre rumos sem fim
Que se busca um novo céu.
É por entre aberto caminhar
Que se desenlaça os véus,
Para confirmar
Que ainda não é hora
De parar e descansar.

Quando


Quando minh'alma se erguer
E se dissipar, de mim
Elevar-se-á feliz,
Envolta em sonhos e esperanças,
Revestida em sua melancolia.
.
Carregará o cheiro das manhãs,
o despertar de cada dia.
Levará o canto, nas mãos,
O silêncio em cada passo
E o abraço do entardecer,
Acariciando-lhe em oração.
.
Cansada do homem,
Voltar-se-á para os campos,
A colher flores silvestres,
A dançar com colibris.
.
Deitará sobre as águas tranquilas
Dos rios que entrecortam os vales,
Das cachoeiras que agitam planícies.
E reabrirá as suas pálpebras,
Num mundo menos cruel.
.
Com os pés cobertos de orvalho,
Pousará em Amor sobre os campos
E verá o despertar
dos corações dos poetas.
.
Será companheira dos pensadores
E aprenderá a florir janelas,
A exalar suspiros em aromas e cores
E, alada, alcançará os céus.

domingo, 19 de abril de 2009

Descrição

Slêncio falante
Que, na inquietação da noite,
Revela aspirações e esperanças
E, em suave melodia,
Em versos, confia
Segredos e intentos.
.
Sou um poema que se foi
E, levado pelo vento,
Pousa silencioso,
Como o murmúrio das flores,
Cedendo os seus temores
Ao canto dos pássaros,
Aos pensamentos da lua.
.
Gemido de paixão e saudade,
Despertando, no coração do poeta,
Desejos de versejar.
.
Revolta e indignação,
A buscar, na sombra do passado,
As carícias do silêncio
Para suportar os temores da escuridão.
.
Sou pássaro gritante, sob um galho
Solitário, em inclinações,
Sonhando e delineando,
Sob o som de sua alma que ama,
Todas as suas emoções.
.
Sou alma melancólica,
A buscar na Natureza
A origem da sua Razão
E que racionaliza para sentir
A luz das suas alegrias,
Na aurora de cada dia,
No despertar de cada manhã.


sábado, 18 de abril de 2009

Minha Estrela




Dize-me, Estrela,
Se tu te lembras de mim
Acena, dá-me um sinal,
Dize-me se, ainda, estás a me ouvir
.

Corri campos,
Trilhei estradas,
Muitos cantos percorri.
.
Desvendei caminhos,
Segui as trilhas,
Em algumas até caí,
Em outras, me perdi.
.
Reencontrei-me, porém,
Levantei-me, em disparada,
Voltei a prosseguir.
.
Vitórias - algumas - alcancei,
Derrotas derrotei,
Estou aqui.
.
Dize-me, Estrela,
Se estás a me ouvir,
Dize-me, mais uma vez,
Eu hei de conseguir?
.
Trilhar caminhos
Que, agora, em pé, me ponho,
A buscar, a percorrer,
Outra vez, buscar um sonho...
.
Responda-me, Estrela,
Tu ainda estás aí?
Preciso que tu brilhes,
Que me sigas, me persigas,
Iluminando-me o caminho...
Pois tenho que, em frente, ir.

Chegando

Flores no sorriso,
Luz no coração,
Alegria no olhar,
Esperança em cada mão.¨
¨
Vem andando,
Por sobre as Nuvens,
Abraçada às Estrelas,
Com o Vento a brincar
¨
E canta e sorri,
Afagando Céu e Lua
E olha, contempla
cada estrela como sua.
¨
Desliza, docemente,
Pousa no meio da rua.
Ao erguer saudoso olhar,
Goteja, o rosto a molhar-lhe,
As lágrimas da Lua.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

Há de chegar!


Tenho a esperança de que,
um dia,
Toda a violência dissipará.
Verei pessoas a caminharem,
de mãos dadas,
pelas ruas da cidade.
*
Verei, das entranhas da terra,
onde são guardados segredos,
florir apenas flores perfumadas,
cercadas por beija-flores e bem-te-vis.
*
Vozes de horror, sonhos perdidos
Jamais serão lembrados.
A suavidade de uma essência
Envolvente e luminosa
Brotará.
*
O sol a todos aquecer,
O mar a todos banhar,
Serão como vestes luminosas,
Justiça a emanar.
*
As lágrimas brotarão como flores,
As dores como justiça
E os violentados deste mundo
A surgirem, por detrás do horizonte,
Como aurora, a renovar-se.
*
E os campos cantarão,
Os animais dançarão,
Os homens louvarão
O Senhor da Paz.
*
Voltarão os sorrisos,
Em cada boca a bendizer
E a Primavera atingida será
Por aqueles que souberam
O inverno enfrentar.

Natureza

Deus construiu a Natureza como quem constrói um templo sagrado do saber.E nomeou cada elemento - desde a folha que balança contra o vento até o menor dos animais rastejantes - um instrutor.
Há, em cada elemento, em cada som, em cada movimento, um aprendizado a ser absorvido.
O problema é que nem todo homem tem a sede, o olhar do filósofo e/ou a alma, o coração do poeta. Não querem aprender, o conhecimento absorver. E continuam, assim, caminhando cegos e nus, longe do crescimento, lado a lado com o fingimento, rumo ao nada.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Meu Poema

Meu poema é um grito
É a fala em tensão
É o eterno revolver
Do meu ser em extremo
E do extremo, em meu ser.
É um clarão
Que me mostra o rastilho
Do tempo e dos acontecimentos
E me faz, em alarido,
Ser um grito a gritar.
Meu poema
É incessante querer,
O infindável desejo
De nele falar,
Todas as vozes
Que vem o vento me sussurrar.
O meu poema é pura invenção
Contrariando a convenção.
É um mar em rebuliço,
Acalmando-se na praia.
É dissonância ritmada,
Liberdade e servidão.
O meu poema é um poema
Só entendido pelos corações.
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Sessão de Poesia da Casa de Cultura

http://www.casadacultura.org/literatura/Poesia/idx_poesiahtml

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Palavra

Palavra,
Ao pousar-te em minha mente,
Materializar-te em minha mão...


Constitua-te, em mim
Transfigura-te.
Abandona os teus significados
E faze-te elemento profundo,
No mais profundo sentido,
Por ti constituído.
E, em perenes espaços,
Em que têm te semeado,
Reerga-te.

Palavra,
Dá sentido ao meu poema,
Derrubando aparências,
Torna-te poética.
Inventa transcedências, rimas, métricas...

Presenças, ausências...

Dá-lhes asas para voar


Retroceda esse tempo,
Retoma a história,
Reabra o passado,
Lança memória, no ar.

Recomeça e manifesta-te.
Sê reencarnação do tempo preciso,
Reestabeleça a experiência original,
Dá sentido à referência,
Ajuda o poema a consagrar-se.

palavra. aplica-te.
Faze-te puro estar
Aglomera sentidos,
Reestrutura consciências

Ajuda, pois, ao meu poema,
Ao metaforizar,
Sacudir perplexidade
E a Verdade e o Amor despertar.

Significa o sentir,
Desperta rio e mar
E com coragem, ousadia,
Faça o poema,
Pelos ares, navegar
Pelos céus, flutuar
Pela vida, cantar
Em minh'alma, espalhar-se,
Ficar.
E, além de ti,
Chegar.

sábado, 11 de abril de 2009

É sonho, eu sei

Fez-se o meu coração
Asa movida pelo vento
E, pelos campos arados, passou,
Vislumbrando-se,
Cheio de encantamento
Olhos fechados,
Solto no ar,
Busca alívio,
E em deslumbramento,
Encontra, na Primavera,
Encantos, beleza e contentamento.
Ei-lo, então, a colher avencas,
Cravos, lírios e jasmins.
É sonho, eu sei.
Mas quero,
Somente em sonho,
Prosseguir.

Reconstruir

Já não sou mais
Uma página em branco.
Há, em mim, muitos escritos...
Não quero, porém, apagá-los,
Esquecer o ouvido e o dito
Quero, com presteza, tocar nas palavras,
Reestruturá-las, se preciso.
Quero rever todos os rascunhos,
Passar a limpo, reorganizar
Redefinir o que ficou indefinido.
Quero retornar, retomar, refazer
Quero preencher as lacunas
Que ficaram por não dizer.
Quero rever as falhas,
Pedi-las que me ensinem a crescer.
Quero pegar cada palavra,
Reconstruir o meu texto.
Encher o sem sentido,
Sentir cada sentir,
Nas entrelinhas inserido.
Analisar o espaço
E o tempo,
Recompor cada passo.
Entender, compreender,
Ao momento agradecer
A chance de reconceber.
Escutar o meu coração,
Rever a minha história,
Ressentir as minhas dores,
Florir os meus desejos.
Recordar cada sorriso,
Perfumar o meu querer
Deter-me, ante cada lágrima.
E, então, reconstruir
Cada palavra, cada ponto
A retratar os meus momentos,
Inserir em cada frase uma nova canção.
Beijar, lentamente,
Com os meus pensamentos, cada construção.
E, com a felicidade de quem ressurge,
Lançá-la folha adentro
E erguer-me inteira,
Como sol pleno, em verão.


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Abra as Tuas asas


Abra as Tuas asas sobre mim,
Espírito Santo de Deus.
E faça-me,
Contigo voar.
Eleva-me por entre as nuvens,
mostra-me montes e vales
E dá-me sabedoria e visão.
Ensina-me a ver, compreender e crer
Para que eu possa
Entender o céu e as estrelas,
labirintos, estradas, caminhos,
Criações de Deus.
Para que eu possa ouvir e entender a Natureza.,
Cada som, cada murmúrio...
O agitar das folhas secas,
espalhadas pelo caminho.
O animal que pasta
e o que corre atrás da sua presa,
e o que foge do caçador impiedoso
Movimentos de Deus.
Dá-me Sabedoria,
entendimento e audição perfeita
Para que eu possa entender,
ao ouvir o canto dos pássaros,
o barulho das cascatas,
o linguajar dos passarinhos, construindo os seus ninhos,
o estalar dos galhos secos,
o agitar das folhas verdes,
a voz dos animais,
Sons de Deus.
Dá-me Sabedoria, Senhor,
Para que eu possa compreender e aceitar
as diferenças, no meu irmão
e amá-lo como ele é.
Aceitar com humildade
seus elogios,
Com compreensão as suas críticas,
Com disposição, os afetos
Com Amor
o seu amor,
Povo de Deus.
Coloca em mim o poder
de enxergar a Tua presença,
A sensibilidade para senti-la,
onde quer que Ela esteja.
Deixa-me ver que
Tu és tudo,
E vendo, crer no Teu Poder,
Senhor do ar, do mar e da terra,
Senhor dos Céus!

Diálogo

Um passarinho me visitou.
Disse ter-me visto outro dia.
Perguntei a ele onde morava,
de onde era que ele vinha.
Disse-me vir de um lugar distante
Que quase ninguém conhecia.
Que, no seu mundo, havia Amor,
Verdade e muita harmonia.
Perguntei-lhe por que viera,
Disse-me que não sabia
Que perdera-se pelo caminho
e voltar já não conseguia.
Então, pedi-lhe que ficasse,
Disse-me que não podia,
Que deveria retornar,
antes do amanhecer de um novo dia
Que aqui, no meu lugar, Amor já não havia,
Nem tampouco razão para Alegria.
Que, aqui, as flores são de plástico
E que matas já não tínhamos
Que os homens são robôs,
justiça e caridade já, neles, não havia
E que, comandados pela ambição,
pouco a pouco, o coração perdiam.
Tentei convencê-lo do contrário,
Mas ele não me ouvia.
Estava triste, assustado
E me disse que se ficasse, morreria.
Disse-me adeus, saiu voando...
Gritei "qual é o seu nome?"
enquanto voando, partia.
Respondeu-me apressado, enquanto de mim fugia:
Sou irmão da Felicidade, filho da Paz e do Amor.
O meu nome é Alegria!

Seria Bom

Seria bom se eu pudesse
lhe ver chegando
E que, no barulho estridente do mundo,
Só ouvisse os teus passos leves, Caminhando em minha direção.
Seria bom se tudo se encontrasse
E que o vento, num sussurro,
Cortasse a distância
E me trouxesse o som da tua voz.
Seria bom se eu pudesse
varar a distância
e estender-te, com carinho,
a minha mão, pedindo-te para ficar.
Poder amar-te a vida inteira,
sem final, sem derrotas, sem talvez
Seria bom
Ver-te chegar e ficar,
Ao menos um pouquinho,
Fazendo-me sonhar
Por toda a eternidade
Seria bom.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Obrigada

Obrigada, Senhora, pelo teu sim.
Amo-te!

Dói-me, sim


Estou só.
Completamente só.
E o meu coração é uma chaga só
De dor, saudade e solidão.
Dói-me ser só.
Dói-me o silêncio indiferente,
A pergunta sem resposta,
A causa sem motivo,
Dói-me esta vida,
Dói-me viver assim.
Estou em crise profunda,
Desembocada por instigantes fatos,
Alimentados - quem sabe -
Pelos meus próprios atos.
Dói-me ser verdadeira
Quisera saber mentir.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tardes da Minha Terra


Naquela tarde...
O abraço frio
do vento
E o sussurro,
no meu ouvido
Despertou saudades
dos fins tardes de verão,
quando sentava,
na varanda
E via o céu
abrir-se em estrelas
Mas o vento sopra
E faz-se inverno,
também no meu coração.
Avistei, ao longe
um frágil raio de sol.
Lembrei-me
dos dias ensolarados,
das tardes de verão,
Do vento a beijar-me o rosto
E o sol, num aceno, a me sorrir.
E desse ar quente,
envolvente,
convidando à praia,
sorrisos, mergulhos
e música no ar.
E de todos
os pássaros a voar,
Felizes por haver
brilho e luz no ar, cantando a saudade.
E da terra verde e plana
Planície quente e calma,
Tardinha de pleno descanso,
Quando todos os seres param,
Saboream a brisa fresca,
Contemplam o horizonte,
O sol em despedida a avermelhar-se
E dizem "amém"!

Pensamento


(Tirado da internet)

Meu País

O meu país
É um país gigante
Com ares de menino,
Com medo de apanhar.
O meu país é um pássaro imenso
Com asas verdes e amarelas
Será o meu país
Um papagaio calado
Que não ensinaram a falar?
O meu país é tão bonito...
De gente sofrida, tão carente
De gente rica, indiferente
De gente corrupta, inconsciente.
Meu país precisa mudar!

DEUS

Deus, estou aqui.
E vou Te amar,
Para sempre vou Te amar,
Meu Senhor, amar
Cuida, então, de mim,
Sonda o meu coração,
Cuida de mim.
Como Tu revestes os lírios dos campos,
Cuida de mim.
Como alimentas as aves e os peixes dos rios e do mar,
Cuida de mim.
Como irrigas a terra árida
E faz brotar flores e frutos,
Cuida de mim.
Como cuidaste dos primeiros cristãos,
Cuida de mim.
Fiz do Teu Filho
Amado meu,
Cuida de mim
Dá-me condição de filha,
vivo para te amar
Porque, na minha vida, não há outro deus
Porque só tenho a Ti,
Deus,
Cuida de mim.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Olha só, Senhor!

Atiram-me pedras.
Como atiram-me pedras, Senhor...
E eu, envolta na minha dor,
Cega estive até aqui
E sempre quis devolvê-las.
Vi, então, o "Castelo", de Pessoa
E a sua construção.
Aprendi, pois, a guardar essas pedras,
Para a minha edificação.
Eis aqui todas as pedras, meu Senhor.
Outras, certamente, hão de vir.
Endireita as minhas veredas
para que eu possa prosseguir.
Fortaleça o meu espírito,
Engrandeça o meu coração,
Para que eu possa, também,
O meu castelo construir.

domingo, 5 de abril de 2009

Lembranças

Rebuscando, na memória, cheguei à minha adolescência. Meus anos de sonhos intensos, de desejos a realizar, magia gosotsa de sonhar e plenamente crer.
Reencontrei, então, uma da minhas leituras favoritas: Gibran Kahlil Gibran.
Como eu gostava de lê-lo... Há no seu canto melodias que se misturam entre cantos e encantos para significar verdades.
Resolvi voltar a com ele pensar:
"... quem é moderado na proclamação da verdade proclama somente a metade da verdade e deixa a outra metade velada pelo medo do que o mundo dirá..."
"... a vida me pôs num de seus caminhos onde brotam tanto as flores como os espinhos e onde passam lobos e rouxinois".
"Jesus não veio ensinar aos homens a elevar igrejas suntuosas ao lado de casebres miseráveis e de habitações frias e escuras, mas veio para fazer do coração do homem um templo e de sua alma um altar e de sua mente um sacerdote" (Gibran.As últimas horas de Gibran. p 97, 98)

sábado, 4 de abril de 2009

CANÇÃO

Há em mim uma canção
Que nenhuma letra pode revelar.
No fundo da minha alma, há uma canção
Que nenhuma palavra pode decifrar.
O canto sufocado que há em mim,
só o meu coração conhece.
E a imposta mudez desse canto,
Só as minhas lágrimas sentem
e por ela padecem.
Não conhece o meu canto outro caminho
senão o recôndito da minha alma tristonha.
É um canto escondido que não ousa libertar-se.
Afinal, quem ouvirá e/ou entenderá o meu canto?
Quem entenderá este canto calado por não poder cantar?
Que ouvidos escutarão o meu canto e com ele entoarão,
na trilha do coração, alegres cantares?
O meu canto é uma eterna canção de amor e justiça
Que já não se sabe como escutar.
E assim vaga, na trilha do silêncio
canto não cantado,
Por já não poder cantar.
Temo que, um dia, o meu canto se transforme num grito
E pelos ares se agite,
Misturando-se com o rugido do mar.
E que, entoado num clamor profundo,
mar e canto ignorados,
Acabem-se
em tempestade uivante,
Logo dissipando-se, no ar.