segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sonho

Quero tocar no sonho.
E como semente pronta para o plantio,
Detê-lo, na palma da mão,
Enquanto se ara a terra.
.
Quero semeá-lo, no meu coração,
Na certeza do fruto
que há de vir.
.
Quero alimentar o sonho
Como quem rega a semente,
sob a terra
À espera do milagre da vida.
.
Quero que o meu sonho fortaleça,
Sobrevivendo,
Vencendo todas as intempéries do tempo
E ressurja verdejante, em pleno jardim.
.
Que traga o fruto fresco e viçoso,
A alimentar a fome que há,em mim.
Fome de Amor e de justiça.
Saciada(?)
Festejo de um novo porvir.

sábado, 29 de agosto de 2009

Doçura

Pedi-Te que varasse a muralha
E me abrisse uma fenda,
Tu a derrubaste.
.
Pedi-te inspiração,
Tu entraste com uma forte ação.
Ensinaste-me a construir caminhos,
a flori-los com o toque das próprias ações.
;
,
Miraste, no fundo do meu coração
E, prevendo chuva, tempestade,
Dum céu nevoado, arrancaste o sol
e o espalhaste no mundo meu.
.
Regaste o meu ser, podaste os galhos secos,
conduziste-me a altos montes
e, de lá, me lançaste sobre campos verdejantes,
ensinaste-me a plantar.
.
.
E para mim acenaste e me sorriste.
Meu ser também Te sorriu, Te viu,
espalhando-Te, no meu ser,
ensinando a colher,
Senhor, amigo meu.
.
Nas profundezas do Teu Amor,
então, mergulhei.
Esqueci-me de mim e me entreguei.
Rasguei o meu ser e o meu coração
Te ofertei.
.
Enlaçaste-me nas Tuas forças,
com Tuas asas cobriste-me,
em doce proteção.
.
Pedi sorrisos,
deu-me amor, força e paz.
Conduziste-me com mão amiga,
ensinaste-me a amar
e fizeste-me crer.
.
.Tu, meu amigo, puro encanto,
Meu doce Espírito Santo!
.

Teu Nome


Meu coração
Manda te dizer
Que cruzou mares e oceanos,
Enfrentou tempestades,
Maremotos, trovões.
.
Que pensou em recolher-se, sob uma rocha,
Lá no fundo do mar,
Pensou em cavar, entre os abismos,
um canto para escondido ficar.
.
Mas, um dia,
Entre os murmúrios,
Trazidos pelo vento,
Ouviu o teu nome.
.
Em meio a lutas travadas,
um clarim, ao longe,
troava o teu nome.
.
Meu coração quis ignorar
a voz ignata e fatídica
do vento que ressoava.
.
Mas como fera indomada,
Veio uma avalanche
E, mais uma vez, trouxe para mim
Um som: teu nome
.
Vinha o som montado sobre a brisa,
Aberta em sonhos,
Gritando o teu nome.
.
Arquejando,
tomado por repentina emoção,
O meu coração gritou
o teu nome.
.
E, arrastado pela ternura,
teima em cantá-lo
por entre terra e céu.
Teu nome torna-se canção.
.
E, inflamado pelo amor,
Embalado pelo desejo,
Vive, agora, docemente
Este meu coração,
A pronunciar o teu nome.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Coragem, tudo passa!

Quem poderá atingir a primavera
sem antes passar pelo inverno?
Quem poderá ver a manhã sem passar pelas trevas da noite?
Quem poderá aprender a amar e a acariciar a luz, sem antes atravessar as sombras da escuridão vazia?
Quem poderá desejar reconquistar a liberdade, sem a ameaça da prisão?
E quem precisará lutar por justiça, sem antes ter conhecido a corrupção?
É preciso entender a evolução com mente ilimitada e coração forte.
Há, ao redor, barulhos, ameaças de redemoinhos, desarrumando a paz,
espelhando egoísmo e ganância.
Há, por aí, o esquecimento,
Olvido para a dor e para as necessidades do povo,
demolindo a esperança.
Mas há uma força à espreita,
das profundezas do universo, com verdades guardadas e decisão tomada.
Certamente, para alguns, passará o inverno.
E estes verão a terra cobrir-se de belas e coloridas flores.
Porém, é preciso limpar os campos, arar a terra, arrancar o joio, plantar o trigo.
Não basta apenas contemplar,
Não basta apenas esperar,
è preciso coragem para lutar
e renovar.
Senão, tudo continuará eternamente pobre,
tal qual estas rimas,
nestes versos, a te clamar.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O Amor Que Amo

Amo o Amor que dá o vinho e o pão.
Amo o Amor que estende as mãos,
que se compadece
e não sabe dizer não.
.
Amo o Amor que sente cada margem do rio,
respeita o seu deafio,
tanto quanto as águas que as invadem
e os sons melancólicos
das correntes que fogem.
.
Amo a ilusão de cada dia,
a espera que nos põe de pé,
o canto dos pássaros que emigram,
o barulho das asas que fazem
sonhar e querer.
..
Amo o estender dos passos,
pelas calçadas,
a lentidão das mãos cansadas,
quando,
recolhendo-se cheias.
.
Amo o afago do meu cão,
mesmo quando lhe digo não!
a me acariciar com desvelo.
.
Amo o afago de cada mão,
ao pousar e recolher
cada um dos animais
que perdidos pelas ruas
vão.
.
Amo o colo que a cada criança abriga,
Que lhe aquece, lhe dá guarida
e ensina-lhe a palavra mãe.
.
Amo cada instante ao idoso dedicado,
cada carinho penetrado
no fundo do coração
de quem ainda tanto ama ,
de quem já tanto amou.
.
.
Amo o teu sorriso desvendado
e tuas mãos calmas,
em tempos agitados,
acenando em minha direção.
.
Amo o fruto verde a mudar
de cor
E a descoberta de cada nome,
nele, a se compor.
.
Amo o Amor que há na Natureza,
e todos os seus ensinamentos
em cada movimento,em cada som,
em cada bicho,em cada planta, em cada flor...
.
Amo o meu destino amar
Amo minha alma a sonhar,
buscando sempre
despedir-se da dor
para, tão somente amar o Amor.
.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Entender, não aprendi


Não tive o amor de todos os que amei.
Não consegui, ainda, colher
todos os frutos, por aqui.
.
Não consegui
Fazer-me entender como desejei
Busquei a essência de cada canto,
Mas, talvez, na busca só os feri (?)
.
Sobre mim atiram calada tempestade
Atribuem atitudes e
Uma dor que eu, nunca, a razão entendi,
Solta, num mundo de silêncio,
Um mundo incompreensível para mim.
.
Mergulhei-me, em mim mesma,
Não me encontrei, me perdi.
.E, em cada canto, em cada linha do meu verso,
busco o meu sentir.
.
Tento compreender os silêncios
E os sentimentos que me espreitam
E que, ainda, não compreendi.
.
Tenho mil perguntas sem respostas,
Tenho respostas a me virar as costas,
Rejeiçoes que doem, em mim.
Grita a minh!alma,
Gritos sem fim
.
E, mais uma vez, vou dormir sem respostas,
vou acordar tristonha,
Sem saber
por que a vida me trata assim.

sábado, 22 de agosto de 2009

Entendes?

Entendes?
O verso e o reverso dos meus versos,
Entendes?
.
O que canto e o que laço,
No laço do enlace
do tempo e do mundo?
.
Quando falo e me calo,
Nas entrelinhas do meu falar,
Enlaço, crio um novo compasso,
Retraço.
.
Solto a palavra,
Lanço-a ao vento,
No ritmo dos meus pensamentos...
Metáfora circulante da minha imaginação.
.
Imagem da imagem,
Símbolo circundante da minha representação,
Força da minha expressão,
Desejo, sonho de transformação,
Mudança.
.
Certezas e incertezas,
Em forma de emoção.
Inspiração?
Não.
Síntese de mim.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

É...

É passarinho perdido
Calado até a aurora.
É música nos ouvidos
Sem querer ir embora.
.
É sonho ficando,
Premonizando, lá fora.
É canto (en) cantado,
Puxando a viola.
.
É já um coro gritante
"Vem vamos embora"!
É a dor de tanta gente,
Em minha dor que não consola.
.
É desejo de desejar,
Todos os gritos a gritar:
agora!
É a alma de poeta,
Invadida a toda hora
.
É...
Asas agitadas, abrindo gaiola.
Voar?
"Vem, vamos embora"!
.

Levanta-te!

Levanta-te, coração
E assista a chegada da manhã.
Ouve o canto que ela canta
E com ela te eleva,
Porque a noite já foi embora.
.
Arranca o manto da tristeza,
Desça, suba, caminha, ora!
Que espera, que te prendes
Que não vês nem ouves
A canção colhendo a aurora?
.
Renegue esta triste aparência
E caminha rumo aos vinhedos.
Levanta-te e com eles vá festejar.
Lá encontrarás o poeta
A declamar versos pro mar.
.
Levanta coração!
É hora de despertar.
Abraça a aurora, saúda o mar
E abandona todos os fantasmas
Que a noite te deixou.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Para que fomos feitos?

Fomos feitos para cantar e sorrir,
Para espalhar e receber Amor,
Para beijar e sentir a flor.
.
Fomos feitos,
Por Deus, fomos feitos
Para querer bem à Natureza
e respeitá-la em seu esplendor.
.
Para ver o Outro como irmão
E como irmão ser amado
Para plantar uma rosa em cada canto
E colher perfume, em mãos amadas.
.
Para ter sempre luz e paz,
Para não conhecer a tristeza
E lágrimas, jamais.
.
Para amar a Deus,
Com Ele, intimamente, conversar,
Como filhos seus,
E cantar, sorrir; sorrir, cantar.
.
Para, assim, caminhar em alegrias,
Flutuar em sonhos realizados,
Eternamente cantar o canto dos anjos,
E, num paraíso, para sempre, ficar.
.
Perdemo-nos, no meio do caminho
E, hoje, vivemos a chorar.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Meu canto

Escrever cada verso, cada palavra
Como tirados do fundo do coração.
Decifrar o Amor, entender a solidão.
Interpretar o canto dos tristes e solitários
E encher-lhes de alegrias e bênçãos.
Reflorescer os campos áridos,
plantar flores, colher lírios...
Compreender a compreensão dos homens
Ensinar-lhes a compreensão dos céus.
Alcançar estrela, no canto,
e espalhar verde nos desertos.
Plantar alegrias, colher sorrisos,
distribuir a Paz.
Este deveria ser o meu canto.
Quisera eu fosse assim o meu canto.
Acalento para cada coração.
Sol no inverno, chuva no verão...
Pôr em cada alma o sopro da esperança
Construída com fios tirados do coração.
Quisera um canto assim,
A serviço do Amor, vigiado pela Paz.
Quisera eu fosse assim o meu canto
Vigilante na vida, companheiro nas solidões.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Não Te Escuto

Quando o meu coração sangra,
E pelo meu tempo rasteja a dor
E os meus olhos inundam,
A minha voz se perde, mergulhada em soluços,
E a morte me espreita sorridente,
Não Te escuto.
.
Mergulhada na angústia, escuto
os lamentos do meu ser.
Não Te escuto.
.
Mas, sei que estás aí,
A contemplar a minha dor,
A esperar a revelação da força que me deste,
A provar a minha fé.
.
Por isto, sempre retorno.
Retomo a armadura,
Reestabeleço as forças,
E volto ao campo de batalha.
.
Porque não quero, não posso
Decepcionar-Te,
Porque Te amo! Porque me amas!
E, só em Ti, encontro
Amor tão grande assim.

domingo, 16 de agosto de 2009

Dor

Quando a vida esmagou-me sobre a rocha
E me mostrou outra estação,
A dor se fez traço firme
E o meu coração se fez mel insípido e sem cor.
Contudo, o meu ser fincou os pés sobre caminhos,
Firmou-se entre pedras e espinhos
E pôs-se a caminhar.
E foi por entre a Primavera ferida
E o Outono chorado que cheguei até aqui.
Para cantar o meu canto,
Cerrando os olhos para o passado,
Abrindo o coração para o presente.
Não sei para onde vou.
Mas, por onde quer que eu vá, levarei o meu sonho.
E, por ele, não desviarei da rota.
Seguirei a trilha, considerarei as pistas,
Embrenhar-me-ei por todos os caminhos,
Por onde o Amor passar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Preciso Seguir

Vou seguir este caminho.
Cansei-me de não prosseguir.
Cansei-me de deixar, pelos caminhos,
Meus sonhos a se espalhar.
Vou seguir, neste silêncio,
Como veleiro em alto mar.
Sei que bênção é filha das lágrimas,
Mas quero, preciso alcançar.
Lá, no fim do caminho,
Em sorrisos, talvez, possa o rio transformar-se.
Vou seguir, tenho que seguir!
Sei que a verdade é filha do sangue,
mas não posso recuar.
Vou seguir, preciso seguir!
Enfadada, cansada estou de não prosseguir,
Preciso continuar!
Um dia, quem sabe, alguém entrará no meu veleiro,
Esquecerá o seu exterior,
Contemplará as suas cores internas
E verá.
Por isso,
Vou seguir, tenho que seguir!
Não posso parar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vida e Luta

Os meus dias percorreram devagar.
E o meu destino, como planta não florescida,
carrega, escondida, a luz das flores
que ainda não conseguiram brotar.
O meu ser, secretamente, entre o silêncio e a alma, caminha
desentendido, sem compreender a mão que o estreita,
sem deixá-lo alcançar.
Meus olhos, a navegar, tornam-se, de repente,
rios desatados, que se rompem a chorar,
por não encontrar o mar.
E o meu coração retumba em queixumes,
a estender-se pelos sonhos entardecidos
que se perderam no seu caminhar.
E eu continuo a caminhar, cortando caatingas selvagens,
vergando flechas, rompendo arcos,
em busca do meu lugar.

sábado, 8 de agosto de 2009

A Vida

Sonha a vida, em nossos descansos.
E, quando cansados, nos silenciamos,
Vem a vida, a cantar, em nossos silêncios,
A nos falar de sonhos, esperanças,
Pondo-nos, de novo, a caminhar.
E, quando em prantos calam os nossos corações,
Vem-nos a vida sorrindo, nas manhãs,
Acenando-nos pelo ar.
Arrastando-nos, então, a respondemos
E pomo-nos a caminhar.
E quando o sol se põe, por detrás das nossas esperanças
E a noite nos traz, em procissão, todas as lembranças.
Vem a vida, outra vez, a nos dizer
Que um novo dia está para raiar.
E alada vem, asas gigantes, beleza infinda, sobre nós pousar.
Vida, antes da Verdade, antes da beleza, constituída,
A mais bela das existências antigas,
A vida sobre nós... a vida.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Minha poesia

Minha poesia é um beijo da terra,
Em profundidade secreta,
A espalhar-se pela noite
Em busca da lua.
.
Minha poesia é um rio,
A despertar-se pelas manhãs de verão,
Minando a terra, banhando os campos,
Saudando pássaros pelo ar, em procissão.
.
Minha poesia é a verdade do meu ser
Que sonha com o Amor,
Brinca com a razão
E, em desvario, grita verdades
Do meu coração.
.
Minha poesia é a aceitação do Amor,
O crescer do mistério envolvido na paixão,
O desabafo da solidão,
A abrir caminhos no coração do povo.
.
Minha poesia é um canto, em mim,
A espantar solidões,
A convencer o meu coração
Que ainda posso ser, de alguma forma,
Feliz.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009


Conheci através do blog Quer um bicho (http://querumbicho.blogdspot.com/), da Fê (Fernanda C. M. Guimarães), o Soama, uma ONG protetora dos animais e achei interessante
divulgar aqui. Talvez eu possa, desta forma, ajudar um pouco aos animais.
Maiores informações em:
Ajude! Divulgue!

Imitante

Ocultas o teu aparente ser,
Um outro aparece
Repleto de palavras.
Tua voz expressa girassóis,
A buscar um sol distante
Que, num único instante,
Torna-se teu.
Sobreposto sobre o outro
Invadem os sentimentos teus,
A desejar imensidões,
A festejar multidões
Num coração que não é teu.
Criador e imitador de emoções,
Canta as tuas canções,
A explodirem-se em mil cores,
A levantar bandeiras multicores,
A gritar um grito inventado
De alegria e festa,
A brotar uma dor que é só tua,
Dissimulada, em puro festejo,
A correr cega e nua.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Aquela Noite


Ao sairmos daquela noite,
Bailando, pela calçada,
Iam conosco sonhos e desejos,
Varando a madrugada.
.
Em êxtase, os nossos corações rendidos,
Pulsavam, ainda, ao som da valsa
E as nossas almas entrelaçadas,
Submissas, persistiam no compasso.
.
Nossos corpos presos, num grito,
Guiados pelo mesmo desejo,
Seguiam, rumo ao infinito,
Mergulhados naquele beijo.
.
Cantávamos versos de amor,
Ouvindo o silêncio a sussurrar
E os seus olhos eram duas mãos
Macias, a me acariciar.
.
Unidos pela mesma paixão
Rodamos, sonhamos, a delirar
E perpetuamos todos os instantes,
Como aves, em pleno voo,
Sem pressa de pousar.

domingo, 2 de agosto de 2009

Nossas Almas

Repletas de alegria
Vão as nossas almas dançando,
Cantando e brincando,
Pousando por sobre a relva,
Colhendo flores, a festejar.
.
Nossas almas cantam e dançam,
Durante toda a madrugada,
Saudando já o sol,
Despedindo-se do luar.
.
No contágio da nossa dança,
As aves, de galho em galho,
Harmoniosas se balançam
E também começam a dançar.
.
Águas se movem, nos rios,
Águas se movem no mar.
Como imensas cachoeiras,
Põem-se à nossa volta
E também começam a cantar.
.`´Aguas se movem nos rios,
Águas se movem, no mar.
Como imensas cachoeiras,
Põem-se à nossa volta
E também começam a cantar
.

sábado, 1 de agosto de 2009

Revelar-se

Quando suspender o pano
Que vereis?
Que cores brotarão descobertas e expostas
À claridade do sol?
Que vereis vós, quando brotar a manhã
E a clareza das coisas,
E a exatidão do tempo,
Refletir-se, em todas as faces?
Que cores estarão vivas,
Que visão estará morta,
Ante a claridade da manhã?
Passou a noite, acabou o espetáculo...
Esqueceram suspensas as cortinas
E expostas estão as vossas faces.
Encerrou-se a cena...
Como, no antigo teatro grego,
As máscaras se foram com os aplausos...
Já não são necessárias...
Que será de vós, eterno a representar?
Verão todos a vossa face.
Sereis vós real, ante a manhã ensolarada
A Luz do mundo a revelar a vossa face...
É tempo de revelação!