sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Desejo

 
 
Que a paz me cubra
E eu possa ser, eternamente, pássaro
que regressa no fim da tarde
e encontra pouso na árvore mais alta.
Que ondas de fé e vontade me balancem
e eu encontre força bastante para defender
e sustentar a minha paz.
Que os sonhos me ensinem os seus movimentos
e me conduzam à altura da realidade.
Que o Amor me ame, me ampare e e me ensine
a aceitar, compreender e ser Paz.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

TEMPESTADE




Olho ao redor e percebo um tempo incerto, nuvens escuras no ar. Abutres circulam ao redor, livremente premonizam o futuro que vai chegar (?) E o cheiro não é de chuva, o cheiro não é de mar
Cheiro estranho que polui o ar, que polui o tempo, escurece as águas, faz os rios chorarem. E, daqui do meu canto, qual ave de asas partidas, qual peixe lançado sobre a areia quente da praia, debato-me entre a trsiteza e a dor, sem entender porque tantos tão bem se acomodam, por que tudo se contagia, sem ter a quem apelar. O mal ri, o bem chora e o pobre ignorante sorri para quem arranca-lhe a vida e, feliz, vai embora.
A cada canto brasileiro, presença de abandono em desolada máscara de desamor, a confundir miséria, indiferença com justiça,  "imenso favor", ações a favor, sim, da dor, bolsos cheios, barrigas vazias se misturam, a desencantar os olhos dos que veem.
Quando ouvirei o brado retumbante, quando verei este gigante levantar-se? Quem rebelar-se-á contra o que permanece adormecido, quem está a sufocar o seu grito? Quem e por que o maltrata tanto assim?
Gigante, avante, é hora de acordar!! Tiram-lhe, a cada dia a visão que ilumina, rasgam-lhe a carta de alforria e sobre todo o sangue derramada, bailam com cínica maestria, tentam negar-lhe (e negam) um novo dia, põem os seus jovens pelos escuros becos, a cair, a degredar-se ... cegam-lhes os olhos, endurecem-lhes o coração, desvalorizam os seus valores, alimentam as suas dores, os fazem cantar e aplaudir o mau, desprezando a justiça, ignorando a sensata voz da verdade e da paz.
Minha alma, gigante, sussurra um canto triste, a premonizar sonhos em pedaços,mas, a orar por uma outra realidade... sinto, contudo choros pelo ar. Entretanto, mesmo assim, eu escrevo, mesmo assim eu canto - por entre lágrimas indgnadas eu canto -, mesmo assim eu grito, porque é preciso coragem, é preciso luta, é preciso cantos, é preciso gritos, pra o gigante acordar.

O Amor



Quando o Amor vier em alarido,
gritando novas canções
ou em ecos de indignação,
fazendo o povo rebelar-se,
estarei lá.

É no meio do Amor
que, sempre, deverei estar.
É no meio do Amor
que hei de me expressar.

E, quando todos se esconderem,
e sozinho o Amor inquietar-se,
é no meio do Amor
que o meu grito há de revelar-se.

E, no seu aroma a explodir-se,
em mim, há de realizar-se.
Porque a minha vida é assim:
Somente no meio do Amor,
consegue ficar ou prosseguir.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

LOUVO



Enfim, vive-se de sonhos?
Planta-se sonhos risonhos,
por entre gritos chorosos, no ar?
Afinal que antítese é essa,
... ou parodoxo, entre a vida e o sonho?
Que quer a vida nos provar?

Provo-te, então, sou forte,
persistente até a morte,
Não me deixo abalar.
Se há no meu ser um grito,
um querer de sonhochorar,
canto o canto desta voz,
querença de todos nós:
seguir, lutar, vencer, louvar.

Louvar a força que nos alavanca,
em momentos de desesperança,
Louvar o Ser que nos agita, nos balança
e nos faz prosseguir, no caminhar,
Louvar o Deus vivo, onipotente,
Senhor de todas as vertentes
que nos faz o mar atravessar,
Louvar o Deus amoroso, bondoso, misericordioso,
mas que, também, é Deus de batalhas vencer,
de vitórias concretizar.
A Ele, sim, louvar.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Saudades


Sinto saudades do canto de bem te vis, a saudar a manhã, a cantar o repetido canto, despertando sonhos, revivendo lembranças, em minha alma.
Sinto saudades do revoar de pardais em pouso lento, partida agitada, às vezes dissimulada, fingindo o voo pleno para, a seguir, pousar sobre as árvores do meu quintal.
Sinto saudades de mim, em tempo de espera, a guardar o tempo propício, enquanto, como pássaros, fazia ninhos, no meu coração, a esperança, sempre a sonhar.
Sinto saudades de mim, eu, ainda, alma menina, em dura sina, a rebuscar o meu tempo perdido, noutro tempo, sem abrigo, que não ouve e já não me permite, meus brinquedos e fantasias amar.
Sinto tanta saudade do meu lugar...

Não são meus



Estas lágrimas derramadas,
esta dor indignada,
este canto tão calado,
esse desejo já tão desacreditado,
não são "coisas" de mim.

São restos encontrados pelo caminho,
poluídos resquícios de outros ninhos,
dos que pousaram e se juntaram
para sujar o meu jardim.

São aves estranhas, sem nomes,
a cruzar os mesmos caminhos,
e deixar, devagarinho,
destruídos os encantos,
devastada a beleza,
pondo-me a chorar assim.

Volte tempo, reconstitua
a vida, a infindável beleza
deste meu jardim.
Encante-me, outra vez,
o meu coração encante,
antes que a tristeza mate
e enterre para sempre
este solitário colibri.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

SABES TU?



Sabes tu o nome desse vento cálido,
a desbravar corações,
a implantar-lhes tanta  inquietação,
a marcar intemporalidade,
a trnsformar-lhes seguidores da verdade,
a enebriar-te assim?


Sabes tu dessa vontade de chorar,
quando todos, despercebidos,
passam a cantar
e desse olhar profundo, cravejante,
a enxergar as verdades ocultas
aos comuns passantes?


Sabes tu dessa onda transformadora,
questionadora, a transpor os tempos,
a percorrer ora em bravura, ora tão lenta,
a beijar o coração dos que choram,
a afagar o coração dos que amam?


Sabes tu dessa inversa realidade,
retratada em subjetividade
e cravada no coração do poeta?
Que sabes tu desse sonho
que não dorme,
desse fingir que não mente,
 desse objeto de quem o tem?


Conheces tu a imaginação,
entendes de solidão,
conheces a viabilidade do fingir,
a amenizar o desejo de desisitir,
morte em plena vida,
ante as mazelas de um tempo
e o sussurro de uma criança,
a traduzir todas as dores da humanidade?

Respondes-me não?
Respondes-me sim?

Se há afirmativa em cada traço,
se há afirmativa em cada verso,
se há uma visão, em ti, do poder incalculável da vida,
e, nesse poder, constroes teus encantos, chora teus prantos...
inquietude e calma,
sorrisos e lágrimas,
sobre o manto suave de insatisfeito querer,
nos caminhos imaginários que vives a traçar o teu seguir
e insatisfeito, sempre, contemplas
o tempo que  contempla a ti,
nas ações de cada ser,
nas notícias de cada dia,
Então, és poeta. És moradia da Poesia.

domingo, 29 de abril de 2012

A chegar



O meu sonho já é barco sem rumo
Precisa de cais.
Arremessado pelas tempestades,
sem rumo e sem guarida
percebe-se indefinido,
sem pouso, sem chegar

Mas, o meu sonho é forte,
teimoso, persistente,
não desiste de chegar

E ao chegar - eu sei -
transformar-se-á em relva,
espalhar-se-á pelos campos
Há de querer alastrar-se

Meu sonho é ausente de ficar
É estrangeiro, pelos caminhos,
Buscando o seu lugar.


sábado, 7 de abril de 2012

AMANHÃ




Amanhã, bem cedo,
quando o sol chegar,
haverá flores abertas, a acenar
e, a sorrir para o dia a chegar.

Amanhã, os rios resusscitar-se-ão,
Paisagens abrir-se-ão em verdes risos
E o homem, em perplexa incompreensão,
Num milagre gerado pela paixão,
Ante Deus curvar-se-á
E pedirá perdão.

Amanhã,
não encontrarei animais perdidos,
abandonados, esquecidos,
maltratados, feridos,
pelas ruas, a vagar

Amanhã choverá.
E, sob chuva macia,
os passarinhos, por entre as ramagens,
começarão a cantar.

Amanhã verei o novo,
Em festas, saudarei o povo,
Felicidades a abraçar-nos.

Amanhã, um tempo novo
Repleto de Amor, alegria e gozo
Virá nos saudar.

E Deus, em alegria,
em plena harmonia,
Estenderá as mãos bondosas,
Sobre nós, derramará rosas,
a nos perfumar

Amanhã, um novo dia
Um coro de anjos, em plena sintonia,
inundará as nossas almas,
marcará a nossa face
que, repleta de emoção e poesia,
Outra Face,
 eternamente, contemplará.
Amanhã!

domingo, 25 de março de 2012

O que faz a Poesia, ao redor: agrega as pessoas, desperta sentimentos, ações, preenche os corações, movimenta olhares, gestos, passos, querer... faz a gente renascer, em cada olhar, em cada aceno, em cada abraço... e lá vamos nós vivendo, aprendendo, querendo, crescendo, em amizade, Amor, esperança e paz.

Na semana em que se homenageia a Mulher, alguns professores do, CEMJLS, em que desempenho a função de professora de Língua Portuguesa, resolveram surpreender-me, com uma bela homenagem, que hei de guardar, para sempre, no coração.

domingo, 18 de março de 2012

VIM






Vim a este mundo, para dizer palavras.
Para contemplar o céu, sob a imensidão do seu encanto
 e envolver-me em seu canto
 e enxergar a luz do sol
e esperar a chegada das estrela
 e sob elas adormecer
 e sob o sol amanhecer
 e tomar banho de rio
e brincar sobre a chuva
e tocar os meus pés descalços na grama macia,
em sintonia, afagá-la,
na pegada silenciosa
de quem caminha
sem ir embora.

Vim a este mundo para dizer palavras
e sentir, com o olhar repleto de indignação
ou de Amor,
todas as coisas que me cercam.

Vim a este mundo
para expressar o sentir das coisas.
Se me impedirem de dizê-las,
outros, certamente, dirão.
Eis o meu prazer:
Saber que, por entre todas as coisas,
sempre haverá o reflexo de Deus:
Amor, Beleza e Verdade.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

SE EU PUDESSE...


Se eu pudesse,
Ah, se eu pudesse
decifrar essa onda inquieta,
acalmá-la, alimentá-la
com apenas uma canção



Se eu pudesse
encontrar uma resposta
que desvendasse esse segredo
e que me ajudasse a encontrar
a trilha que me levasse
ao querer da minha alma inquieta,
anseio que não se aquieta,
aqui dentro do meu coração


Se eu pudesse expressar esse querer,
banhado de sonhos, decepções e saudade,
certamente marcaria um encontro com a felicidade,
hoje,às três horas da tarde,
e a conquistaria,
dando-lhe um sorriso
e as chaves do meu coração.