quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meu Lugar

Meu Deus, eu quero
ir pra roça!
Quero voltar pro meu lugar.
Quero mergulhar-me
nos riachos,
visitar as cachoeiras,
Derramar meu olhar
pelos campos,
Espalhar o meu coração
por aquele chão
e ficar, para sempre,
por lá.

Ouvir o canto da sanfona,
A viola, pelos ares,
a chorar
Percorrer o estradão,
Rodopiar, lá no terreiro,
nas belas noites
de São João
com o meu povo, a cantar.

Meu Deus, eu quero voltar
a ouvir o galo cantar,
nas madrugadas,
sem solidão
E os passarinhos
um canto só orquestrar,
O cheiro de mato pelos ares,
saudando um novo dia,
 regando a paz com uma mão
e com a outra,
despedindo-se do luar.

Meu Deus, meu Deus,
eu quero  pra roça voltar,
Cantar sorrir, dançar,
Embaixo daquele umbuzeiro,
no meio da plantação,
dormir e acordar
 E com a Natureza,  a sorrir,
em plena comunhão,
ver o Teu rosto, a nos velar

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Observando os Animais




Caminhando pelas ruas, observo os animais e, sempre, encho-me de indignação.

Não compreendo a incompreensão, não sei explicar onde se encontra a razão da rejeição, e esse amontoado de indiferença, descaso e covardia, a se espalhar sob os passos altivos, apressados, nervosos ou mesmo os cansados, alheios, vagarossos. Ando pelas ruas... quanta tristeza, quanta desolação a misturar-se entre humanos perdidos e animais sofridos, todos a mergulhar-se em profunda dor, desesperança, desamparo... nenhuma proteção.

Os animais, também, foram criados para a liberdade e para a paz. Arrastados por seres tão estranhos, dominados por sentimentos tão adversos, mergulhados entre a dor sentida e o desprezo forjado por cueis corações que não aprenderam a plenitude do amar. Andam, então, passos lentos, a espreitar caminhos, olhar medroso, cheios de solidão.

Carregam, a correr por entre assaltos de medo e perseguições, o destino dos esquecidos, a sorte dos desvalidos, ignorados pela piedade, açoitados por alheias ambições.

Contudo, seguem. humildes e humilhados, mortos ou açoitados, abandonados pelas estradas da vida, atropelados, esfomeados, espancados sem razão; caminham silenciosos a longa e dolorosa estrada que o ser humano para eles criou, acompanhados pelo triste olhar, coração e pulsar, coberto de amor e solidão, em busca de compaixão... Meu Deus, quanto horror!

Os animais, arrancados do seu destino, em suas atitudes, carregam, diante da violência, o dom do perdão e, diante da dor, pura resignação. Mas se por um acaso chegam ao limite do sofrimento, à exaustão e reagem, pondo-se em defesa.... assassinos são. Meu Deus, quanta hipocrisisa, quanta maldade, quanta falta de compreensão.

Estou, então, a ponto de declarar que só os animais conhecem, verdadeiramente, por inteiro, o ciclo da vida, o amor e o perdão e disto tudo a razão.

Os animais são capazes de, sem questionamentos, buscar a vida, defendê-la, protegê-la e saber encontrar o caminho exato para a auto proteção (quando não alcançados pelo desamor que, em abraços com a crueldade, caminha em plena explosão)

Por isso, merecem o meu respeito, a minha admiração, a canção deste meu coração, a rogar por eles, ao menos, misericórdia e proteção, se o Amor já não mais cabe em certos corações.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Que mãe é essa?

Ouvi  alguém lendo este texto, hoje, pela manhã, num programa de rádio aqui, em Feira de Santana (Acorda Cidade) e gostei muito. Decidi, então, postá-lo em homenagem a minha mãe e a todas as mães, pois logo percebi-me nesta foto, assim como reconheci a minha mãe.
Feliz dia das mães para todas!


Tem bicho mais estranho do que mãe?
Mãe é alma contraditória.
É alegria no choro.
É carinho na raiva.
É o sim no não.


Só mãe mesmo pra ser o oposto...
E depois o contrário de novo.
Vai ver que é porque filho não vem com manual de instrução
. e pra conduzir as crias no mundo, ela usa só de intuição, pra tentar fazer tudo direito.
Mas como pode ser assim, tão incoerente?
Ela diz:
Filho, você não come nada...
E logo se contradiz:
Para de comer, que eu tô botando o jantar!
E aí ela lamenta:
Ai, que eu não vejo a hora desse menino crescer!
Mas logo se arrepende:
Deixa que eu faço, você ainda é uma criança...
E quando ela manda:
Tira essa roupa quente, menina!
E logo em seguida:
Veste o casaco, quer pegar um resfriado?
Esse menino dorme demais...
Esse menino não descansa...
Essa menina vive na rua!...
Filha, sai um pouquinho, vai pegar um sol...
Pois é, gente, que pessoa é essa que jura que nunca mais...
E no momento seguinte promete que vai ser pra sempre?
Essa pessoa é assim mesmo:
Igual e diferente de tudo o que a gente já viu.
É a fortaleza que aguenta o tranco, só pra não ver o filho chorar.
É o sorriso de orgulho escondido, só pra não se revelar.
Mãe dá uma canseira na gente.
E às vezes tira do sério...
Até que um dia a gente se depara com uma ausência insuportável:
É a mãe que vai embora, deixando um vazio enorme, escuro, silencioso.
E aí descobre que, mesmo errando, ela sabia de tudo, desde o início.
E fez de tudo pra acertar.
Porque criar filho não tem regra - é doação e amor simplesmente.
Então, se você tiver privilégio de abraçar sua mãe nesse segundo domingo de maio, agradeça, porque o presente é seu. E esteja certo:
Mesmo sem manual de instrução, ela continua aí, atrapalhada, contraditória...
Mas com o olhar atento, querendo entender como você funciona.
E fazendo de tudo pra você não falhar.

Texto Lena Gino

quinta-feira, 5 de maio de 2011



              O meu nome é luta,   meu sobrenome solidão.

Meu destino?
 Vencer obstáculos; `às vezes sim, às vezes não.

Trago nos braços a força do vento,

Trago o perfume das flores,nas mãos.

Dentro do peito ousadia,coragem, a mesclar-se com o Amor

Que faz morada, no meu coração.

Meu tempo é tempo de guerra,

Meu tempo é tempo de Paz.

Pronta me entrego aos filhos do Bem,

Pronta guerreio contra os inimigos da Paz.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sonho Jardins

Eu queria plantar flores.
Eu queria plantar jardins,
espalhar, sobre o solo, sementes
ansiosas em brotar árvores,
esperançosas em espalhar flores viçosas,
em aromas mágicos, carismáticos,
a encantar os passantes,
a tocar-lhes os corações,
a fazê-los cantar, dançar, sorrir.

Eu queria plantar jardins.
Por sobre pedras e escombros,
por sobre gritos e assombros,
fazer roseiras florir.
Queria, eu queria, sim,
ter essa magia, em mim

Eu queria, queria, sim,
ser uma mágica de jardins encantados
que, ao serem vistos,
- sequer tocados -,
vistos penas, contemplados,
gerassem o milagre do sim.
O sim tranquilo, sorridente,
do Amor eterno, sempre, nascente,
no coração do meu povo.

Eu queria ver jardins,
plantados, em mim, plantados, em ti,
cercando-nos, afagando-nos,
a atrair os pássaros cantantes,
passarinhos barulhentos, gritantes,
em revoadas, orgquestrando bem te vis.

Eu bem que queria plantar jardins...
Jardins imensos ou pequenos,
a espalhar perfumes de relva,
de rosas, margaridas, lírios, jasmins

Eu queria...
Hoje, apenas posso sonhar
que um vento leve vem 
a minha janela abrir.
E, contemplando-me, a sonhar,
pousa lento e sereno,
plantando jardins, em mim.