quinta-feira, 7 de maio de 2009

A ti, digo

,
Estou impregnada de olhares
E carente de linguagem.
Para ouvir-me agora, amiga,
Deves auscultar sons e ruídos.
.
Só o meu coração fala.
Se queres escutar a minha voz,
Só através do meu coração,
Escutarás.
.
Entre feridas e partidas,
Ele insiste em cantar
E sorrir.
.
Há estampidos, lá fora.
Eufórico desejo de fazê-lo calar
E, mesmo assim, ele canta.
Insiste, busca e grita.
.
Há um silêncio ao redor.
Silêncio de tudo,
Murmúrios de nada.
.
Ouve e grita em silêncio,
o meu coração.
No gritante silêncio, diz-me
A verdade expressa, no meu calar,
Borbulhando-lhe, a sangrar.
.
Ignora os flagelos circundantes
E expressa a sua paixão
Cálida, ansiosa, desejosa de realizações,
.
Silencioso,
Agita-se, em rebuliço,
O meu coração.


2 comentários:

  1. Um encanto de poesia num lirismo profundo expresso com a delicadeza poética que lhe é peculiar. Bjs floridos minha querida .

    ResponderExcluir
  2. um coração nesse estado é sempre tempo de oportunidades de colheita e reencontro consigo mesmo. Um coração que grita é voz que quer ser ouvida, decifrada....
    parabéns...a poesia tem a força de dizer por si mesma o coração silenciosa de milhões de humanos!
    Obrigado pelo elogio da poesia Acima de tudo, mãe!
    xero e animo sempre em Cristo

    ResponderExcluir