Em mim há uma inquietaçãogratuita de infinitos
inalcançáveis,
Que tento atingir com palavras,
Transcender na linguagem...
Não consigo, não me satisfaz.
Em mim, há um horizonte
de elos perdidos,
espasmados no espaço.
Que buscados em abraços,
Desenlaçam, fogem no ar.
Há imagens fugidias
Sentimentos indecifráveis
Que vivo tentando decifrar.
Em mim, há buscas incontidas,
Insatisfação desmedida
Que me provoca, me cobiça
me empurra, me atiça
Para depois, numa conquista,
fazer-me assim versar.
Há, em mim, o sonho eterno
Que não se cansa de buscar.
Esperança imortal,
Que persiste, não desiste
E, eu sei, não vai passar.
Espera indecifrável,
Desejo inominável,
Que se agita sem motivo,
Que me balança, dando gritos...
Pura desculpa para rimar.
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