domingo, 31 de janeiro de 2010


Em cada passo que dou,
Em cada metro cumprido,
Um homem a penar,
Um animal sofrido.
.
Atravesso a minha rua,
percorro a avenida,
desolo-me
E choro.
.
Desencanto-me a contemplar
Um mundo que não é meu,
Perdida, busco a minha nave
Que há muito partiu,
deixando-me cá.
.
Choro, abandonada e só,
Entre gestos e linguagens estranhos
a me acenar.
Não os compreendo,
Não os sei decifrar.
.
Dói-me cada visão
desse tempo, nesse lugar.
Pacientemente, espero
O dia em que, retornando,
Venha a minha nave capturar-me.
.
Saberei reconhecer a sua luz,
os seus reflexos azuis
E o som mavioso
Como de trombetas a tocar.

2 comentários:

  1. Oi querida amiga, saudades de ti ! Poema expressivo e que aborda fortes sentimentos dos quais compartilho. Muitas vezes sinto-me como se não pertencesse a este mundo... Tudo parece tão fora da ordem, fora de uma ordem espiritual que se perdeu em meio ao fazer humano- individualista e cético... Achei o texto bonito e muito tocante. Bj.

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  2. Concordo com vc , ainda há muita desigualdade a nos ferir os olhos e o coração. Mas tenho fé que o homem dará um grande salto! Parabéns !

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