quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Se Eu Fosse para Passárgada

Se eu fosse para Passárgada,
Chegaria num arco íris,
Pousaria em férteis campos,
Cercados por cânticos, a florir.
.
Descansaria por sobre a relva,
Não montaria em burro bravo,
Voaria nas asas de um colibri.
.
Ouviria riachos, cachoeiras,
Saudaria as verdes árvores
E lhes contaria histórias
Que, da minha avó, ouvi.
.
Conversaria com os animais,
Perguntaria sobre a vida deles, por lá.
Dir-me-iam, com certeza
Que são mais amados que os de cá.
.
Se eu fosse para Passárgada,
Iria visitar o mar.
certamente, ele me diria,
Que poluição não existe, por lá.
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Deitaria, lá na praia,
E logo o sol viria me abraçar.
Dar-lhe-ia, então, bom dia
E com ele começaria a conversar.
.
À noite, lá em Passárgada,
Eu iria passear.
Atravessaria bosques e florestas escuras,
Porque noite medrosa não existe por lá.
.
Veria o luar beijando a relva
e a relva, com verdes palavras,
Enchendo o meu caminhar.
.
Lá, tudo é canto e poesia.
A Paz e o Amor pairam, no ar.
Por isso, se eu fossse para Passárgada,
Não quereria mais voltar.
.
Lá, eu seria amiga do Sol,
das estrelas e do luar,
Seria irmã de cada animal
E companheira de rios e de mar.
.
Lá, o sol e a lua se beijam
Como não se beijam aqui,
Porque o ar que os envolve
Ninguém ousa poluir.
.
As florestas abraçam rios
E ninguém os arranca de lá,
Porque entendem como Natureza,
homem, céu, terra e mar.
.
Os rios abraçam os campos
Que, aqui, o homem deixa em pranto.
Os pássaros fazem serestas inteiras
E a todos envolvem com seus cantos.
.
A natureza é uma festa.
Em Passárgada, não há dor.
O homem pula, canta e dança,
Sem espantar uma flor.
.
Se eu fosse para Passárgada,
Certamente, não escutaria
o choro de nenhuma flor.
Não veria pássaros perdidos,
seus ninhos destruídos, por puro desamor.
.
Não mais veria um cão sofrido,
pelas ruas a vagar.
Árvores tombando, em gritos,
a eclodirem-se, no ar.
.
Se eu fosse para Passárgada,
Lá, eu seria aquilo que sou.
Lá, eu seria também festejada,
nunca desprezada,
por ser amante da Natureza
e companheira do Amor.

5 comentários:

  1. Ola Lice, acabou as férias volta-se a realidade, que pena não existir esse reino da Passárgada eu também queria esse sonho para mim.
    Belíssimo,
    Beijinho que eu mando nas asas desse colibri.

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  2. Mas que lindo e cativante este reino da Passárgada que vc, minha querida amiga Lice, de uma forma tão sublime nos descreveu. Como seria tão fácil, belo e saudável viver num reino assim, tão puro e colorido como este.

    Simplesmente belo e extraordinário... este seu texto!

    Mil poéticos beijinhos com muito carinho e admiração de sempre

    A.Soares (apollo-onze)

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  3. Oi Lice, um encanto de poema que imediatamente nos faz lembrar do saudoso e grande poeta Manuel Bandeira que nos brindou com obras maravilhosas como o poema - Vou-me embora pra Pasárgada. Obrigada por seu carinho de sempre amiga. Bj.

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  4. Passárgada é o planeta de todos os que sentem plenamente, de todos os que amam indistintamente, de todos os poetas.

    Muita paixão nestes versos

    Amei

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  5. Lice,
    Obrigada pela passagem e comentário no meu blog!
    O seu espaço é simplesmente maravilhoso!
    Amei conhecer seu trabalaho!
    Esse reino de Pásargada , maravilha de versos amiga! Tomaste uma dose de Bandeira e criaste lindos versos
    Estarei seguindo seu blog!
    Ótimo findi querida!

    bjs!

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