
Se eu buscasse todas as aves docéu,
Encontraria todos os voos perdidos,
Em plena estação
Que sempre estiveram prontos para voar
E que se perderam, na trilha
do espaço,
cercado por abraços
Qua não se afagaram,
Só fizeram retornar.
Se eu buscasse todas as flores
dos campos,
Perdidos, nas mãos do homem,
Ouviria gritos, soluços, desejos perdidos,
Sonhos contidos,
Murchando, secando,
Mas, teimando em perfume dar.
E por entre pedras escondidas,
Encontraria rosas, margaridas,
todas as flores escondidas
como que ao esconder-se
buscasse proteger-se,
querendo abrigo encontrar.
E se eu buscasse os animais,
perdidos, pelas ruas, maltratados,
Encontraria um pranto não revelado,
tudo quase humano.
Olhares de anumais.
Com certeza, as árvores entenderiam
O olhar infeliz do cão perdido,
O murchar tristonho das flores em pranto,
O voo mais alto das aves,
Distantes,
por já não terem onde pousar.
E se eu me encontrasse,
Assim, inoperante e ferida,
Diria ao mundo, num lamento,
Que choro, imploro em silêncio,
Estremeço e temo,
Por não saber encontrar,
Por não saber procurar,
Por não saber indicar,
Por não saber dizer, ao certo,
Onde é que o Amor está.