Estas lágrimas derramadas,
esta dor indignada,
este canto tão calado,
esse desejo já tão desacreditado,
não são "coisas" de mim.
São restos encontrados pelo caminho,
poluídos resquícios de outros ninhos,
dos que pousaram e se juntaram
para sujar o meu jardim.
São aves estranhas, sem nomes,
a cruzar os mesmos caminhos,
e deixar, devagarinho,
destruídos os encantos,
devastada a beleza,
pondo-me a chorar assim.
Volte tempo, reconstitua
a vida, a infindável beleza
deste meu jardim.
Encante-me, outra vez,
o meu coração encante,
antes que a tristeza mate
e enterre para sempre
este solitário colibri.
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