Cecília Meireles
Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.
Minha querida
ResponderExcluirUm dos poemas mais belos de Clarisse...fala dos sonhos que não foram...ilusão e desilusão, adorei e deixo um beijinho carinhoso.
Sonhadora
Olá, querida Lice
ResponderExcluirVc vive a poesia em seu coração e a transcreve com ternura...
É tempo de oração e vigilância!!!
Bjs de paz
Olá querida amiga poeta... Desculpe a dmeora em vir te ver... Estive ausente por alguns dias resolvendo como contornaria alguams pedras do caminho, do meu caminho... Mas, agora estou bem! Lindo tudo aqui, para variar! Rsrs! A poesia é seu espelho e o reflexo que encontro aqui todas as vezes é encantador.. Retribuo os aplausos com mais aplausos.. bjs! Luz e Paz!
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