sábado, 13 de março de 2010

Reencontro


Amigos e visitantes,
A colega Celeste Aida, ofereceu-me um poema seu. E, contida, me disse: Otelice, não sei escrever poemas curtos. Mas, o que importa, penso eu, é a leveza com que ela nos conduz à leitura. E, por isso, pedi-lhe autorização para publicar, aqui, o poema que escreveu em homenagem a sua terra (São José das Itapororocas, Distrito de Maria Quitéria-Feira de Santana)
Aí vai, espero que prestigiem a colega.
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REENCONTRO
Celeste Aida Pereira de Oliveira
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Eu não lembrava de ti
assim... tão bela!
Tão maravilhosa, em sua exuberância
De onde surgiram estas sinuosas curvas, despercebidas
aos olhos da minha lembrança?
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Escuto o carro-de-boi
a te ensinar tristes cantigas...
E o aperto no peito é tão presente
(e tão sentido) que o coração sufoca,
transformando-se em dor
o distante gemido.
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E tu estás aqui
Plena
em toda tua boniteza...
E o carro-de-boi? Para onde foi?
Perdeu-se nos caminhos, talvez insondáveis
da minha infância?
.
Divago...
É que te miro assim, depois de tanto tempo
e não encontro marcas para enfeiar a tua face.
O tempo...
para ti não é mistério,
pois te fez mais viva e mais vibrante.
.
Observo o homem que o gado pastoreia
diante da tua beleza, embevecido.
Parece-me um Dirceu, talvez Romeu, quem sabe...Isolda?
A-pai-xo-na-do
por ti: Marília? talvez Julieta? quem sabe... Isolda?
(Cala-me o teu nome)
Mas que importa, se é a mesma paixão?
.
O vento cochicha em meu ouvido
aquele segredo eterno
que nos faz conscientes
da força de um bem-querer:
-Quero-te demais!
(...)
Esta é apenas uma parte do poema. Logo postarei o restante.Espero que comentem e confirmem, a Celeste, o seu talento poesia.
Bjs no coração de todos.

4 comentários:

  1. O TALENTO DELA É EVIDENTE.
    PARABÉNS.
    ANDRÉA PACHECO

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  2. Querida Lice,

    estava sumida porque tenho andado bastante ocupada, mas sempre há tempo para visitar os (as) amigos (as) e matar as saudades ! Muito bonito e singelo o poema da Celeste, que nos remete ás coisas simples da vida num teor minimalista... Boa escolha para postagem. Bj com carinho e obrigada pela sua amável visita e comentário em meu cantinho,

    Úrsula

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  3. Linda e lírica homenagem a São José das Itapororocas! Esta filha que andou distante, e ao voltar notou não haver máculas, mas sim a beleza do vigor de quem não envelhece, porém amadurece, esta filha que não havia percebido toda beleza ao partir, e esquecera-se para onde haveria de ir os carros de bois na infância longínqua... Esta filha, Celeste, em seu reencontro sublime, fora celestial em suas palavras.

    Abraço: Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

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  4. Encantador o poema da Celeste. É itapororocas meeeemo!!!Deu até pra ouvir o gemido do atrito do ferro na madeira das velhas rodas dos carros de boi e sentir o cheiro da relva molhada, o café escorrendo no coador, as galinhas cacarejando e o tabaco escorrendo nos beiços do velho na sombra da jaqueira.
    Um beijão e volte sempre.

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