O canto aflito, escondido,
Persitindo em não se abrir,
Inspiração a querer fugir.
.
Difícil, num tempo sem beleza,
Permeado por tantas tristezas,
Encontrar razão para cantar,
Para o meu canto sorrir.
.
E o canto da própria dor,
De tanto, da garganta, eclodir,
Vai-me também abandonando,
Escondendo-se, temeroso,
Passo a passo a esvair-se.
.
Contudo, a esse tempo tirânico,
A querer apagar-me o direito
De cantar e ser feliz,
De mostrar o que há de melhor, em mim,
Encaro e grito: continuo aqui!
.
E com a alma em conflito,
Cercada pelo tempo triste, perdido,
Luto a reestabelecer, num grito,
O sonho de ser, o que eu sempre quis.
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E,por entre preleções fingidas,
vazio e espaços sem fim,
Manifesto o meu canto; grito
Àqueles que também cantam:
Sigam-me!
.
Desafio as flechas velozes
do desamor, a me perseguir,
Acelero o meu olhar de águia, a voar
Pois, na velocidade das minhas asas,
Não poderão me atingir.
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Alcançarei, então, as montanhas,
Ao emergir-me desse mar,
E pousarei no lugar mais alto,
outra vez,
A cantar, cantar e cantar,
O meu sonho, em mim.
De sonho este poema. Bjs
ResponderExcluirLindo seu canto.
ResponderExcluirBeijos
Querida amiga Otelice,
ResponderExcluirQuanta profundidade com palavras tão simples. Essa sua capacidade de falar ao coração das pessoas me fascina.
Sua poesia ou canto me faz sentir leve e querer sim, voar como águia.
Obrigado por sua sensibilidade.
João
Te admiro, eu queria saber escrever assim com sensibilidade e perfeição...
ResponderExcluirReceba meu carinho e admiração!