Ao pousar-te em minha mente,
Materializar-te em minha mão...
Constitua-te, em mim
Transfigura-te.
Abandona os teus significados
E faze-te elemento profundo,
No mais profundo sentido,
Por ti constituído.
E, em perenes espaços,
Em que têm te semeado,
Reerga-te.
Palavra,
Dá sentido ao meu poema,
Derrubando aparências,
Torna-te poética.
Inventa transcedências, rimas, métricas...
Presenças, ausências...
Dá-lhes asas para voar
Retroceda esse tempo,
Retoma a história,
Reabra o passado,
Lança memória, no ar.
Recomeça e manifesta-te.
Sê reencarnação do tempo preciso,
Reestabeleça a experiência original,
Dá sentido à referência,
Ajuda o poema a consagrar-se.
palavra. aplica-te.
Faze-te puro estar
Aglomera sentidos,
Reestrutura consciências
Ajuda, pois, ao meu poema,
Ao metaforizar,
Sacudir perplexidade
E a Verdade e o Amor despertar.
Significa o sentir,
Desperta rio e mar
E com coragem, ousadia,
Faça o poema,
Pelos ares, navegar
Pelos céus, flutuar
Pela vida, cantar
Em minh'alma, espalhar-se,
Ficar.
E, além de ti,
Chegar.
Poxa Lice, fiquei encantada com a sua poesia ! Que vc escreve bem e com emoção já sei há muito tempo, mas esta poesia tocou-me com intensidade. Quanta delicadeza , quanta habilidade na conjugação das palavras... A imagem ilustrativa completou o encanto da obra. Bjs.
ResponderExcluirBelo, infinitamente belo
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