sábado, 23 de agosto de 2014

 
 
 
PROCURA-SE
 
        AS

ROSAS
 
Procura-se as rosas espalhadas pelos jardins dos sonhos, perfumadas pela Esperança insistente que não dá as costas, não desiste, mesmo quando vê outras rosas partirem.
Procura-se as rosas que enfeitam jardins, que elevam perfumes aos céus, que cobrem, ornamentam e alegram os dias e enebriam os olhos que as contemplam.
Rosas, rosas... que já não se vê por aí.
Procura-se rosas que se escondem por entre o verde dos jardins, que dançam ao som do vento e se elevam como a sorrir.
Procura-se as rosas detalhadas, planejadas, desenhadas pelas mãos do Pintor,
construídas com tanto amor...
Porque fogem... já fogem as rosas.
Dizei-las vós que retornem, pois um novo tempo está por vir.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

REGRESSO





Eis-me aqui... eis-me aqui, mais uma vez, buscando caminhos, ordenando palavras, seguindo sonhos.
Em cada passo uma busca, em cada busca um novo encontro entre  a alegria de ter e a desilusão do não conseguir. Mas, eis-me aqui.
Percebo-me, mais uma vez no caminho, a buscar o meu canto, a rebuscar as gavetas do meu ser, na esperança do reencontro.
Ouço um som que de longe me chega, a intimar-me para a busca, a ordenar-me o caminho e eu? Eu tão somente obedeço e me ponho a seguir.
Portanto, aqui estou eu... eis-me aqui.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

No meu peito, esse desejo ansioso de ser, tão afastado de si mesmo, tão cheio de chegares, tão coberto de desencantos, tão precisado de incentivos, tão rebuscado, tão doído...
O meu canto sufocado pelo tempo me faz chorar em canto triste... disfarçado do querer...
Esse meu querer de não querer, querendo me expulsar... e eu querendo expulsar o não querer
de prosseguir... o querer de não chegar.
Ah querenças complicadas, de poeta assombrada, ante a dor que não se resguarda, ante o canto que teima, às escondidas, em fugir, partir... não mais lutar... E essa vontade louca de ir... de prosseguir, de caminhar... e esse sonho que me atiça, me provoca, me fascina, ao dizer que lá, bem diante, há um luminoso canto a me esperar.
Ah querenças de poeta... ser complicado demais para se decifrar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Meu Sonho Não Morreu

Meu sonho não morreu.
Sobrevivente de tempestades,
terremotos... decepções
sobrevive, ainda,
alimentado pelo querer,
sustentado pela espera
caminhante,
rumo ao chegar.

Meu sonho descansa,
ora tranquilo,
ora fatigado
pelo intenso caminhar.

Mas reergue-se, sempre,
o meu sonho,
buscando o tempo propício
para, em realidade,
transbordar.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Desejo

 
 
Que a paz me cubra
E eu possa ser, eternamente, pássaro
que regressa no fim da tarde
e encontra pouso na árvore mais alta.
Que ondas de fé e vontade me balancem
e eu encontre força bastante para defender
e sustentar a minha paz.
Que os sonhos me ensinem os seus movimentos
e me conduzam à altura da realidade.
Que o Amor me ame, me ampare e e me ensine
a aceitar, compreender e ser Paz.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

TEMPESTADE




Olho ao redor e percebo um tempo incerto, nuvens escuras no ar. Abutres circulam ao redor, livremente premonizam o futuro que vai chegar (?) E o cheiro não é de chuva, o cheiro não é de mar
Cheiro estranho que polui o ar, que polui o tempo, escurece as águas, faz os rios chorarem. E, daqui do meu canto, qual ave de asas partidas, qual peixe lançado sobre a areia quente da praia, debato-me entre a trsiteza e a dor, sem entender porque tantos tão bem se acomodam, por que tudo se contagia, sem ter a quem apelar. O mal ri, o bem chora e o pobre ignorante sorri para quem arranca-lhe a vida e, feliz, vai embora.
A cada canto brasileiro, presença de abandono em desolada máscara de desamor, a confundir miséria, indiferença com justiça,  "imenso favor", ações a favor, sim, da dor, bolsos cheios, barrigas vazias se misturam, a desencantar os olhos dos que veem.
Quando ouvirei o brado retumbante, quando verei este gigante levantar-se? Quem rebelar-se-á contra o que permanece adormecido, quem está a sufocar o seu grito? Quem e por que o maltrata tanto assim?
Gigante, avante, é hora de acordar!! Tiram-lhe, a cada dia a visão que ilumina, rasgam-lhe a carta de alforria e sobre todo o sangue derramada, bailam com cínica maestria, tentam negar-lhe (e negam) um novo dia, põem os seus jovens pelos escuros becos, a cair, a degredar-se ... cegam-lhes os olhos, endurecem-lhes o coração, desvalorizam os seus valores, alimentam as suas dores, os fazem cantar e aplaudir o mau, desprezando a justiça, ignorando a sensata voz da verdade e da paz.
Minha alma, gigante, sussurra um canto triste, a premonizar sonhos em pedaços,mas, a orar por uma outra realidade... sinto, contudo choros pelo ar. Entretanto, mesmo assim, eu escrevo, mesmo assim eu canto - por entre lágrimas indgnadas eu canto -, mesmo assim eu grito, porque é preciso coragem, é preciso luta, é preciso cantos, é preciso gritos, pra o gigante acordar.

O Amor



Quando o Amor vier em alarido,
gritando novas canções
ou em ecos de indignação,
fazendo o povo rebelar-se,
estarei lá.

É no meio do Amor
que, sempre, deverei estar.
É no meio do Amor
que hei de me expressar.

E, quando todos se esconderem,
e sozinho o Amor inquietar-se,
é no meio do Amor
que o meu grito há de revelar-se.

E, no seu aroma a explodir-se,
em mim, há de realizar-se.
Porque a minha vida é assim:
Somente no meio do Amor,
consegue ficar ou prosseguir.