quarta-feira, 28 de setembro de 2011

No caminho


Em minha alma, existe um canto adormecido que o mundo insiste em não deixar cantar. Mas, uma ordem invisível, sempre, estabelece-se, sobre mim e impulsiona-me a sussurrar palavras, a inventar canção, a ordenar ideias sonoras que sonham voar.
O tempo frio e insensível não me deixa partir; não me deixa alçar o voo que, por minhas asas já tão cansadas, vive, em mim, a gritar. E os passos insistentes e lentos que dou em direção ao mar, deparam, sempre,  com perigos, dificuldades, obstáculos que me impedem de passar. Contudo, eu persisto e insisto. Choro, grito, recuo, tenho raiva até, mas logo recomponho-me e volto a lutar.
A minha alma nasceu para amar. Mas, posta ante a luta, compreende que a sua aprendizagem passa pelo enfrentamento, nas dificuldades, pela reflexão e vontade que a fazem crescer e enxergar. Sabe a minha alma que os caminhos do mundo devem ser percorridos com destreza e sabedoria, pois só assim será conduzida ao seu lugar.
Eis-me, pois, mais uma vez, no caminho, enfrentando a tempestade, lutando enquanto amo; amando enquanto luto, rumo ao destino que Deus me traçar.